Micro-SaaS: Passo a passo da ideia ao MVP

Aprenda como iniciar o seu MVP dentro do mercado de Micro-SaaS

Bruno Okamoto
13 Min de leitura
Da ideia ao MVP do Micro-SaaS; como fazer para iniciar o seu MVP

Micro-SaaS: da ideia ao MVP

A ideia deste artigo é ajudar os empreendedores que estão em dúvida de qual ideia investir e umas dicas sobre como lançar seu MVP.

Estudo de caso – Criação da Storemapper

Um desenvolvedor americano, precursor da ideia de Micro-SaaS, chamado Tyler Tringas, contou rapidamente a sua história. E o artigo foi todo baseado em uma obra dele também. 

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Tyler era freelancer de várias empresas de e-commerce e alguns destes clientes o pediram para construir um localizador de lojas para seus respectivos sites.

Ele estudou a fundo a ideia e percebeu que ela tinha potencial. Decidiu então que precisava criar o MVP daquela ideia o mais rápido possível, para conseguir validá-la de verdade.

De acordo com Tyler, ficar preso a uma ideia e não executá-la é pior que não ter ideia alguma

Três semanas depois, ele tinha um voo bastante longo para pegar e aproveitou o tempo que teria voando para criar a primeira versão daquela solução. 

Ele chegou ao destino, enviou e-mails para todos os seus clientes e em 48 horas já tinha cinco usuários pagantes.

A Storemapper foi um rascunho de ideia para uma solução validada em menos de 72 horas.

Tyler acredita que para lançar o seu MVP é importante criar um processo com: tempo limitado, foco total, iniciar processo de vendas rapidamente, mesmo que para poucos clientes.

Como iniciar o seu MVP

Construir a solução primeiro ou fazer um pré-lançamento?

Um pré-lançamento consiste em construir uma lista de emails, criar posts de blogs sobre o tema, falar com consumidores em potencial ou fazer qualquer outra coisa que não seja programar.

O objetivo é criar confiança nos consumidores para lançar o seu produto. Desta forma você poderá fazer um lançamento maior e pode alcançar seus objetivos de receita recorrente mais rapidamente. Além de já ter clientes no primeiro dia de lançamento, outro benefício dessa prática é ter a chance de refinar sua ideia diretamente com seu público-alvo para aprimorar seu produto antes mesmo de escrever qualquer código.

Quais os problemas de um pré-lançamento?

Apesar de ser uma boa estratégia, o pré-lançamento não é exatamente a melhor estratégia para todos os negócios. Ele leva tempo, requer paciência e comprometimento muito antes de você ter resultados. E se a ideia do Micro-SaaS é justamente ser lançada rapidamente, o pré lançamento vai adiar essa etapa importante.

O que é o MVP

O MVP de um Micro-SaaS deve apresentar o produto já com as suas funcionalidades mínimas.

Por mais que isso pareça óbvio, alguns desenvolvedores lançam produtos sem necessariamente entregá-los. Eles criam landing pages com vídeos demonstrativos e criam uma lista de e-mails de clientes interessados na solução. Através dessa antecipação, cria-se uma lista de espera que avisa quando o produto estiver pronto.

Na visão de alguns empreendedores, isso já se enquadra na categoria “validação de ideia”.

Já outros desenvolvedores mais experientes, consideram isso irrelevante, pois nada supera uma lista de clientes pagantes recorrentes que aprovam seu produto e percebem o valor que você gera. Nada se compara à experiência de cobrar seu cliente de verdade.

O que não fazer no seu MVP

Esse tópico é curto e direto: o ideal é lançar a melhor versão possível no menor tempo possível.

Mas como saber qual versão é essa?

Com as dicas do que não fazer, você vai ver o que já pode ser deixado para uma próxima atualização, ou seja, o que não é essencial para o lançamento. 

Essa diminuição do escopo do projeto pode trazer muito mais velocidade de implementação, portanto, leia com atenção.

Outra recomendação que deixo é você tentar entrevistar alguns possíveis clientes antes para entender com maior clareza qual é realmente a dor deles. O objetivo do MVP é resolver uma dor, de forma simples.

Foco total no que é simples

Não crie funcionalidades que os clientes só precisarão após meses de uso. Foco em entregar valor aos novos usuários, pois eles são tudo o que você tem.

Veja o que você pode tranquilamente deixar de lado numa versão inicial:

  • Múltiplos métodos de pagamento. Basta um cartão de crédito.
  • Atualização de dados e mudança de login e senha. Você pode fazer isso manualmente no início, se necessário.
  • No botão de cancelamento, coloque o seu e-mail e deixe os clientes falarem diretamente com você. Esta será a sua oportunidade de perguntar o motivo do cancelamento e pedir sugestões de melhoria.

Deixe o branding pra depois

Apesar do branding ser importante para qualquer negócio, o início do seu Micro-SaaS não necessita do site mais bonito e funcional do mundo. Claro, há exceções (como vimos no artigo do Marcos Vinicius que teve a oportunidade de lançar um negócio e o domínio foi chave para seu nicho) mas normalmente, recomendamos pular um pouco da estética.

Quando seus potenciais clientes visitarem o seu site, mostre pontos importantes do produto, explique que ele já possui uma versão inicial, mas está em constante atualização. Crie uma interface agradável, que deixe o cliente confortável em deixar seus dados e efetuar a compra.

Atenção a estes pontos mais específicos:

  • Deixe a criação de uma logomarca pra depois, contratação de designer, etc.
  • Crie uma landing page simples, compre um tema e ajuste ao seu produto.
  • Não perca horas com CSS construindo um framework de interface (UI). Use programas já existentes 

Outros pontos que podem ser deixados de lado

  • Seu MVP não precisa de múltiplos planos e opções de preço;
  • Planos freemium;
  • Múltiplos usuários por conta;
  • Tudo o que puder ser feito manualmente, faça.
Exemplo de landingpage simples de MicroSaaS que trabalha com PIX

Tudo o que puder ser feito manualmente, faça.

O MVP deve ter uma aparência profissional ou “imponente” por fora, mas por dentro, ele pode ser como uma espécie de “banda de um homem só”, onde você resolve tudo quase que manualmente.

Existem casos de MVP ‘s lançados sem nenhum tipo de código, inclusive. Basta unir serviços distintos como Unbounce, Typeform ou Zapier e criar uma estrutura inicial enquanto você orquestra tudo por “detrás das cortinas”, se passando por um software pronto.

Enquanto houver algum bug, uma opção seria criar uma tela de erro mostrando um e-mail de contato para o usuário relatar o problema e você resolvê-lo manualmente.

O que fazer no seu MVP

Agora o foco é 100% no que vai ajudar a otimizar o seu trabalho, para que você não se sinta com vontade de “reinventar a roda”.

1) Use serviços já existentes

O mundo do software está repleto de opções open source ou com valores bem competitivos que vão te ajudar a trabalhar com o tempo ao seu favor. 

O passo a passo para criar qualquer outro novo feature ou ideia seria mais ou menos assim:

  1. Não faça isso
  2. De verdade, não faça isso.
  3. Ok, busque por serviços já existentes que podem te oferecer uma versão disso.
  4. Não há nada? Mesmo? Cheque outra vez.
  5. Ainda, nada? Ok, então chegou a hora de programar a versão mais simples possível pra resolver este problema.

Para o início do trabalho, utiliza serviços já existentes e com a entrega mais rápida, mesmo que não seja o mais barato no início. O tempo que você ganha é financeiramente  recompensado no lançamento. 

À medida que o seu produto for criando mais complexidade, você cria as suas próprias soluções e deixa de depender de serviços de terceiros.

2) Comece apenas com usuários pagantes

Por que é importante iniciar o MVP cobrando dos seus usuários?

É o início do seu projeto e eu garanto que você não vai querer ter trabalho com usuários gratuitos. Eles demandam suporte e precisam ser atendidos da mesma forma que os usuários pagantes. Daí você já percebe o quanto o seu tempo é valioso.

O período freemium costuma ser temporário, então imagine você tendo que lembrar o usuário que o tempo de uso do app vai expirar, ou que ele precisa acrescentar o cartão de crédito na conta dele. Cada movimento desse é uma dor de cabeça futura que pode ser facilmente evitada se você apenas trabalhar com usuários pagantes.

O que fazer para incentivar os usuários a assinarem seu produto? Faça uma boa pesquisa inicial e crie um produto realmente relevante. Se você estiver resolvendo uma dor latente, as chances de ter clientes pagantes – e satisfeitos – será cada vez maior.

3) Cobre uma tarifa única 

Eu sei que você quer faturar alto e ter renda passiva. Mas no início, o que vai te ajudar a validar e otimizar o seu trabalho é cobrar uma tarifa única. Simples assim.

Quanto mais planos você oferece, mais features você tem que entregar, e isso não é condizente com um MVP.

A regra é simplicidade e velocidade. 

Se você achar interessante oferecer tarifas diferenciadas para seus usuários, isso é assunto para quando seu MVP já estiver validado e você já tiver faturado um pouco. Acrescente a isso a possibilidade de seus clientes estarem pedindo atualizações e melhorias. Aí sim você deixa a estrutura mais robusta e pode estudar a possibilidade de oferecer múltiplos planos.

Alguns empreendedores que entrevistei de SaaS costumam trabalhar com lançamentos “life-time” no começo para construir sua primeira base de clientes. Uma startup famosa por isso é o AppSumo.

4) O único código realmente relevante para seu projeto

As dúvidas mais frequentes dos usuários costuma ser com relação ao próximo passo. Como facilitar a sua vida e a deles? Criando uma tela de login de administrador. Tenha acesso visual às contas dos seus clientes, para você poder logar como eles fariam, printar o próximo passo é enviar pra eles.  Para o seu MVP, essas serão as únicas linhas de código realmente importantes. Todo o resto, se você quiser e puder, pode ser terceirizado.

Aquela mãozinha para você finalmente lançar a primeira versão do seu MVP

Por mais simples que deva ser seu MVP, lançá-lo costuma ser um passo árduo na jornada.

É difícil encontrar tempo e disposição para começar um projeto, em meio a tantas responsabilidades que a vida já te dá.

Apesar disso, os desenvolvedores que já trabalham na área afirmam que vale a pena. 

Use as dicas deste post para serem o seu empurrão inicial para tirar a sua ideia do papel o quanto antes. Afinal, uma ideia que não é executada, é uma grande armadilha na carreira dos desenvolvedores. A jornada será repleta de bons desafios, grandes aprendizados e, é claro, um bom retorno financeiro.

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