Minha visão de negócios, comunidade, infoproduto e portfólio de SaaS.
Bruno Okamoto
19 Min de leitura

Como pretendo ganhar dinheiro com Micro-SaaS em 2024

No artigo de hoje, quero trazer para vocês um pouco da minha visão sobre a “carreira” de empreendedor solo, ou multipreneur, como alguém que está construindo um grupo de negócios dia após dia, e o que pretendo para o meu ano de 2024.

Como muitos já sabem, eu tenho vários produtos – alguns que já construí, e outros que estou construindo junto com a Comunidade de MicroSaaS. Essa abordagem se chama estratégia “Shotgun”, e consiste basicamente em construir múltiplos negócios ao mesmo tempo, e ir testando diferentes canais e estratégias de growth.

2023 foi um ano de muitos experimentos, construção e plantação. Construir relacionamentos, canais, ferramentas, comunidade, tudo isso toma muito tempo e energia, então, para colher os frutos é necessário paciência e muita qualidade no trabalho.

A ideia hoje, contudo, é falar sobre 2024 – quais são minhas metas e o que pretendo construir, de forma transparente, e que possa trazer inspiração para você em sua jornada de Micro-SaaS.

Se você pensa em seguir este caminho de Multipreneurship, com a visão de construir múltiplos produtos, canais, audiência, infoprodutos, o texto de hoje vai te dar bons insights e lições aprendidas para este caminho.

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How new Startups will behave por Greg Isenberg.


Olhando para 2023…

2023 foi um ano de muitos aprendizados. Foi um dos melhores anos da minha carreira.

Construí a Comunidade Micro-SaaS no Circle, do zero! Hoje estou falando sobre quase 5 mil empreendedores na comunidade, em 1 ano (sem contar o Telegram, que tem +3 mil pessoas), o que é um número expressivo, na minha opinião e no meu contexto.

Lancei a Comunidade Privada, oficialmente, em setembro, e já temos quase 400 pessoas interagindo! Isso me dá um frio na barriga, porque é sensacional ver as pessoas entrando na comunidade, e os projetos surgindo a partir disso. Isso é mágico!

Além disso, lancei o MGM com meu sócio, e estou fazendo o BuidInPublic desse Micro-SaaS nos meus canais.

Ah, e tem mais! Entrei como sócio em mais dois projetos, sem contar nas redes sociais que acabei entrando com maior dedicação na produção de conteúdos, e o E-book que publiquei.

Não posso deixar de falar do canal do Youtube. Comecei ele, se não me engano, em dezembro de 2022, quase em 2023, e um ano depois atingi quase 9 mil subs.

Na real, se eu olhar pra trás, vejo que fiz muita coisa! Em uma lista que fiz, cheguei a contabilizar mais de 17 projetos simultâneos 🤯 em que eu estive trabalhando.

Pra mim, um cara com TDAH, entendo que o grande desafio de empreender sozinho, hoje, é a necessidade de fazer muitas coisas ao mesmo tempo, sempre tentando estar atento àquilo que é mais importante. O desafio neste caminho é conciliar tudo e todos que trabalham comigo, e acaba sendo um tanto estressante equilibrar tantos pratinhos.

Nessa loucura toda de tantos projetos e produtos, acredito ter conseguido encontrar um equilíbrio entre a vida profissional e a vida pessoal, porque mesmo tendo trabalhado em tantos projetos, consegui fazer isso dentro da minha janela específica de horário para trabalhar (das 9h30 às 17h30), e consegui dedicar um tempo precioso para os meus filhos.

Minha visão de negócios para 2024

Como eu já tive a oportunidade de falar em outros artigos, minha visão de negócios é inspirada no modelo chamado de one man business – que significa, basicamente, negócio de um homem. Esse modelo de negócio é inspirado em alguns empreendedores que sigo e admiro muito, entre eles:

  1. Dan Koe
  2. Justin Welsh
  3. Simon Hoiberg
  4. Tony Dinh
  5. Greg Isenberg

Esses, entre dezenas de outros nomes e referências que admiro muito, estão construindo audiência, produtos, infoprodutos, entre outros negócios sem crescer times – tudo isso com canais de distribuição e teses sólidas de construção de conteúdo.

Minha tese é de que eu quero ter vários negócios, assim como esses empreendedores. Ter um negócio de um homem, pulverizando o negócio em várias pequenas apostas – construindo, assim, diversas fontes de renda.

Minha ideia inicial era ter 20 empresas de R$ 50 mil por mês…

Construir uma Startup de R$ 1 milhão por mês ou 20 empresas de R$ 50 mil por mês? Já tive a experiência de passar uma década montando uma Startup, colocando todos ovos em uma cesta. Por que não testar o outro caminho agora?

Durante mais de 16 meses, mantive essa tese e cheguei, até o momento, a construir 5 negócios. Contudo, minha conclusão, no fim do dia, é de que não preciso ter 20. Se eu tiver 3 grandes unidades de negócios, consigo empoderar toda a estrutura de pequenos negócios abaixo.

Essa estrutura é feita de 4 grandes pilares.

1. Grupo de mídia (canal de distribuição)

Um grupo de mídia, que opera basicamente como um canal de distribuição. Minha visão aqui é bem simples: SEO, audiência, engajamento, distribuição.

Basicamente, em vez de colocar todos ovos em uma rede social, estou construindo múltiplos perfis em diferentes redes sociais. Inclusive, tenho um artigo completo explicando todo meu framework de produção de conteúdo e construção de canal de distribuição.

Meu sistema de conteúdo como empreendedor digital em 2024

Meu sistema de conteúdo como empreendedor digital em 2024

Neste pilar, eu já tenho esta newsletter, meu canal do Youtube, meu perfil no LinkedIn, meu perfil no Instagram, meu perfil no TikTok, e meu perfil no X (Twitter).

Infelizmente, Micro-SaaS ainda tem menos de mil buscas por mês orgânicas no Google. Isso significa que, mesmo eu ainda rankeando em todos os aspectos de SEO, ainda não tenho um volume significativo de acessos, por ser um tema muito novo (eis todo o desafio de construção e educação de mercado).

Por isso, minha ideia é ir construindo outros tipos de conteúdos, tirando, com o tempo, a principal figura do Bruno como empreendedor, para que cresçam organicamente em outros mercados que cruzam com Micro-SaaS – exemplo: negócios Bootstrapped, Startups, entre outros.

No futuro, quero poder comprar newsletters e blogs, para crescer organicamente outros canais e outros públicos, que sejam de alguma forma similares ao meu atual.

2. Infoprodutos (receita transacional/geração de caixa)

Infoproduto é algo muito novo para mim. Eu nunca havia feito um, e tenho zero experiência em construir trilhas de conteúdo pago.

Minha primeira experiência neste segmento foi meu E-book pago, que escrevi junto ao meu amigo Tiago Costa, seguido pela Comunidade Privada, e alguns outros produtinhos que venho testando.

A grande ideia do infoproduto, para mim, não é gerar riqueza para eu comprar uma mansão ou morar na Europa, mas reinvestir a maior parte desse dinheiro na minha holding de negócios, para me possibilitar construir e investir em negócios digitais, vulgo, Micro-SaaS.

Este meio é minha “low hanging-fruit”, que me permite criar fôlego para investir nesta visão de negócio, além de criar uma experiência única para empreendedores que estão construindo e escalando um Micro-SaaS.

Minha visão simplista de coisa é basicamente montar um ecossistema inteiro dentro da Comunidade Privada, em que, mediante uma assinatura, os empreendedores tenham acesso a todo um ecossistema de produtos que os ajudem em sua jornada, seja uma ajuda intelectual, networking ou economia de tempo/dinheiro.

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O futuro das assinaturas, por Greg Iseberg (esse cara é incrível).

Sem contar que, ao construir uma comunidade paga, eu também consigo filtrar o nível dos empreendedores. E, quando se coloca muita gente boa com os mesmos desejos e sonhos no mesmo lugar, conexões e negócios nascem diariamente, fortalecendo os empreendedores e deixando a jornada menos solitária.

P.S.: quer fazer parte?

3. Portfólio de Micro-SaaS (build, buy n hold)

Construção de um portfólio de Micro-SaaS. Esse é meu pilar favorito 🤩.

Crescimento do nosso Micro-SaaS: MGM

Com o segundo pilar, quero gerar caixa para investir na construção/aquisição de um portfólio de Micro-SaaS, enquanto o primeiro é o meu canal de distribuição e retenção.

A minha visão simplista da coisa é a seguinte: quero meu “salário” dos Micro-SaaS, ou seja, ter previsibilidade de receita para cobrir meu custo de vida.

Eu acredito que, até final de 2024, eu consiga estar me pagando com meus próprios softwares. Isso vai me dar uma liberdade enorme (além da previsibilidade) para continuar focando exclusivamente em montar novos projetos, em vez de ter que, exclusivamente, investir minha energia em infoprodutos.

Por isso eu sempre digo, e reforço aqui neste email, que construir Micro-SaaS é um esforço tremendo e toma muito tempo. É importante ter uma fonte de receita primária para sustentar a criação do seus side-projects.

O desafio de construir Micro-SaaS consiste no fato de ser muito baseado em tentativa e erro. Quando comecei esta edição, comentei da estratégia “shotgun”, de lançar vários projetos até um funcionar, e focar nele. Para essa estratégia funcionar, você precisa ter experiência em testar canais e público alvo, e essa experiência só vem da prática… (por isso estou montando 5 redes sociais simultaneamente) e a prática, muitas vezes toma tempo, e é totalmente relativo ao seu investimento de tempo nesse aprendizado.

Minha carreira inteira foi construída em cima de Startups e negócios digitais dentro da economia criativa, e pretendo continuar focando nisso nos próximos anos. A ideia de ser um infoprodutor é até divertida, mas eu fui forjado no mundo dos negócios, e pretendo ficar aqui o resto da minha vida.

A ideia é colher os frutos desse pilar no fim do ano de 2024, ou começo do ano de 2025, porque é neste momento que quero virar a chave e passar a viver da renda que meus SaaS gerar.

O MGM, junto com o André Prado, me traz bastante esperança – tenho como meta chegar em R$ 25k~40k de MRR nesse projeto até final do ano, e por isso estou investindo bastante nisso.

4. Fundo de investimento de Micro-SaaS

Construir um fundo de investimento para investir em Micro-SaaS e em pequenos SaaS – tenho a ideia de levantar aproximadamente R$ 200k para testar essa tese, fazendo de 2 a 4 investimentos em Micro-SaaS da Comunidade.

A ideia é pegar uma participação do faturamento do empreendedor.

A minha visão é bem simples. Quero montar um pequeno fundo que trabalhe com adiantamento de receita dos empreendedores de Micro-SaaS, em troca de uma participação no faturamento deles.

Em troca, o fundador não precisa dar equity (participação do negócio), e terá acesso aos nossos mentores (governança e mentoria) e ao meu CSC (fornecedores qualificados). Ou seja, entro com dinheiro e capital, deixando o risco muito baixo para os Indie Hackers.

Esse modelo é bem diferente do modelo de investimento tradicional, e vejo que há muitas perguntas para serem respondidas, por isso, vou lançar um fundo pequeno de teste, e investir em alguns de projetos.

No longo prazo, quero construir o maior fundo de investimento para boostrapped business.

O loop perfeito de negócios

A minha visão de holding, em linhas gerais, trata-se basicamente de construir canais de distribuição, produtos, e investir em projetos da comunidade.

Essa holding de negócios vai permitir que eu gere caixa transacional com infoprodutos, e terei previsibilidade de receita com meus Micro-SaaS.

Também acredito muito no poder de construir negócios de forma compartilhada. Então, busco ter sócios em todos produtos que lanço (exceto os infoprodutos), pois acredito que não é possível construir a riqueza sozinho, mas sim com pessoas e sonhos.

Dentro da holding, minha estrutura será inteira conduzida pelo meu CSC, que vai permitir crescer sem depender muito de funcionários. Pessoalmente, meu interesse de construir times é 0. Já passei por essa experiência, tirei muitas lições, e estou “de boa” de montar times novamente.

Toda essa estrutura de holding só é possível por causa de um grande fator: a Comunidade de Micro-SaaS.

A Comunidade de Micro-SaaS

Hoje, a Comunidade tem quase 9 mil pessoas interagindo, entre Circle, Telegram e Whatsapp (fica a dica: ficar movendo a comunidade de lugar deixa rebarba).

Parei de investir no Telegram, porque vou focar no Circle, então, a meta é que a Comunidade tenha 5 mil pessoas inscritas até o fim deste ano de 2024. Vale lembrar, contudo, que a quantidade de pessoas é irrelevante para mim, porque o que conta, de fato, é o engajamento e o número de usuários ativos.

Hoje, o engajamento mensal é quase 30%, e eu estou muito satisfeito com isso, já que um terço das pessoas que fazem parte da Comunidade estão ali interagindo todo mês.

Então, na prática, a Comunidade tem servido para mim como um laboratório, em que o conteúdo, de fato, vem do próprio público. Além disso, eu estou sempre ensinando e aprendendo quando participo das discussões, o que é muito bom para mim, porque estou sempre aprendendo e vendo o mercado.

Tudo isso significa que eu quero manter a Comunidade até que eu chegue no meu limite, até que eu consiga administrá-la.

De forma resumida, a Comunidade não somente me ajuda a construir essa máquina de conteúdo, como alimenta meu propósito de continuar fomentando o empreendedorismo em escala. Isso me faz levantar da cama todos os dias.

O desafio da carreira solo

Mas, afinal, como é trabalhar com tantos projetos sozinho?

Essa pergunta sempre aparece para mim. E a verdade, mesmo, é que eu não sou uma pessoa extremamente organizada, não tenho to-do lists avançadas, não tenho metodologias incríveis, não sou o rei da produtividade, e inclusive sofro de TDAH, com uma dificuldade absurda em focar em uma única coisa por 5 minutos.

O segredo da minha vida para eu conseguir fazer tantas coisas ao mesmo é definir minhas prioridades. De tudo o que está acontecendo na minha vida ao mesmo tempo, eu vou selecionando aquilo que é mais importante de ser feito antes, e as coisas acabam dando certo.

Eu sei, é difícil. O segredo é você saber a hora de ter seu “deep work” e a hora de poder navegar entre os projetos, tirando pequenas pedras dos caminhos. Construir conteúdo, entrevistar as pessoas, fazer networking, codar, tudo isso é deep work, e precisa de um tempo qualitativo para ser feito.

Além disso, tenho boas pessoas trabalhando comigo, formando o meu CSC. Dedico boa parte do meu tempo procurando essas pessoas. Minha dica é que, se você deseja tocar várias projetos, tenha fornecedores de confiança, e saiba delegar.

Eu aprendi que as habilidades das pessoas não importam tanto, mas sim o perfil. Eu tento sempre trabalhar com perfis empreendedores, que não dormem até encontrar respostas – pessoas com quem você pode efetivamente contar, e esse perfil é com quem é mais gostoso de trabalhar, e tem mais flexibilidade de aprender.

Em todas as minhas estruturas, seja de times que montei ou de fornecedores, eu tento ao máximo empoderar as pessoas, porque sei que o que as move no fim do dia é sempre o desafio e a própria superação.

Outro grande ponto nessa minha “organização bagunçada” é tentar ser organizado com as minhas tarefas. Apesar de não ser fácil, eu estou sempre atualizando uma to-do list com minhas ideias. E eu gosto de fazer isso à mão, porque o processo de escrever e reescrever faz com que eu pense e repense sobre aquilo.

Por fim, um último ponto importante nesta carreira solo: fazer networking. Gasto bastante tempo com isso, porque entendo como essencial na vida de qualquer empreendedor.

Sei que não teria chegado nem perto de onde cheguei sem o networking, porque ninguém constroi nada sozinho.

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