Construindo um Micro-SaaS para Governo: o caso de Peterson Fonseca

Construindo um Micro-SaaS para o Governo: o caso de Peterson Fonseca

O estudo de caso que apresento hoje é de um membro da nossa comunidade privada – Peterson – que já lançou 3 projetos este ano. Inclusive, um dos projetos foi lançado ontem mesmo.

Quem é Peterson Fonseca?

Peterson é morador de uma pequena cidade no interior de Minas Gerais, com 10 mil habitantes.

Formado em Processos Gerenciais e com Pós-Gradução em Engenharia de Software, Peterson descobriu seu amor por computadores quando trabalhou em uma Lan House.

“Comecei a trabalhar aos 23 anos, sem saber uma linha de código, enquanto havia pessoas da mesma idade que eu vendendo empresas”.

Apesar de sua história ser longa, vou resumi-la. Quando começou a desenvolver, o Peterson curtia muito um site chamado Vila é Bela, que vendia experiências. É um daqueles sites que você pode comprar vouchers e trocar por experiências. Na época, o Peterson achava isso incrível.

A ideia de Peterson era criar um site igual e, com isso, nasceu seu desejo de desenvolver. Aos 23 anos, portanto, começou a estudar programação. Desde então, passaram-se 10 anos e ele fazendo freelas, o que fez com que acabasse engavetando seu projeto concorrente.

Foi dessa forma que Peterson caiu no mundo do desenvolvimento, adquirindo experiência e construindo seu portfólio.

“Com o passar dos anos, sentia que vendia o almoço para pagar o jantar.”

Com o tempo, Peterson se viu cansado de estar sempre buscando novos clientes, projeto atrás de projeto, para conseguir manter seu padrão de vida. Esse é o maior desafio de qualquer pessoa que vive de freelancing – encontrar um formato de receita recorrente.

Foi então que ele decidiu estudar e fazer um concurso público para conseguir ter estabilidade, a fim de lançar seus próprios projetos.

Bancário

Em 2013, exatos 9 anos depois que escreveu sua primeira linha de código, Peterson passou no concurso e se tornou bancário.

Durante essa jornada, Peterson resolveu tirar algumas ideias do papel, já que tinha mais tempo e estabilidade financeira. Eis alguns projetos.

  1. Esvaziou (app de venda de água e gás)

Esse foi um dos seus primeiros projetos próprios para resolver um problema para si. Famoso “Scratch your own itch”.

Na época, não sabia fazer aplicativo móvel. Devido a isso, encontrou um plug-in na internet e, fazendo uma gambiarra como modo webview, jogou o app na playstore.

“Foi um projeto bem louco. Foi a maior gambiarria que ja fiz na vida, e acabou funcionando. Por incrível que pareça, vendeu muito!”

Por conta dessa experiência, Peterson decidiu aprender Java para saber fazer apps nativos para Android.

Dois anos depois, conheceu a Rocketseat, e descobriu que usando Javascript poderia fazer tudo, desde back-end, front-end e mobile.

  1. Moda Mais

Esse sistema funcionava como um Google Maps para lojas. As pessoas podiam entravam no sistema, procurar a cidade, e então ver todas as lojas cadastradas.

Eis um projeto que morreu antes de ser muito explorado, deixando uma experiência sobre lançamento e proposta de valor.

“A lição que eu tirei é que se vcê depender de terceiros para o seu negócio rodar, raramente vai dar certo. Costumam ser os piores projetos.”

  1. Entrega de hipermercados em cidades do interior

No interior, não existem hipermercados. Normalmente, os grandes mercados ficam em cidades maiores, vizinhas. E, quando você compara o preço de comprar produtos no atacado vs varejo, percebe que a diferença de preço é gritante.

Considerando isso, a terceira ideia do Peterson era montar pontos de venda para que as pessoas fossem comprar os produtos desses grandes mercados. Mais uma vez, o projeto acabou não indo para a frente e a experiência que ficou desta vez foi sobre vendas.

  1. Pão quente

Peterson tinha um carinho especial por esse projeto. Ele criou um aplicativo para que a padaria perto de sua casa pudesse avisar os clientes os momentos em que ficassem prontos pães quentinhos.

“Esse foi um dos meus melhores lançamentos.” – conta Peterson, dando risada.

Ele sempre gostou de experimentar novas ideias, construir e lançar rápido, para ver o que acontecia. Mas, com o passar do tempo, a carga foi ficando cade vez mais pesada.

“Chegou uma etapa da vida em que eu acordava às duas da manhã para programar, e ia trabalhar igual um zumbi. Meu trabalho não rendia.”

Em 2019, o programador, por conta do seu baixo desempenho como bancário, perdeu função no banco, e sua situação financeira acabou apertando muito – tornando-se o momento mais difícil de sua vida.

“Meus sistemas não estavam gerando dinheiro. Meu salário caiu. Meu filho nasceu.
Teve um dia que olhei na minha conta e tinha R$ 200 reais. Tive que sacar o limite do cartão de crédito para pagar as contas do mês.

Seu primeiro Micro-SaaS de sucesso

Durante esse período difícil, Peterson se viu olhando para a tela de seu computador, desmotivado para continuar fazendo qualquer coisa. Estava perdido.

“Você é religioso, Bruno? Porque se eu te contar, você não vai acreditar.
Veio uma luz divina e, do nada, a palavra dengue surgiu na minha cabeça.”

O programador ficou intrigado com a palavra dengue, que surgiu na sua mente, e resolveu sair pesquisando mais sobre o tema. Para sua surpresa, descobriu que o processo de informatização do combate à dengue pelos agentes endêmicos era feito completamente à mão.

Ele descobriu, para se ter uma ideia, que o processo inteiro se dava a partir de formulários de papel e lápis. No final do dia, os agentes endêmicos ficavam mais de 1 hora passando as informações do papel para o sistema. O supervisor perdia um final de semana inteiro para enviar as informações ao Ministério da Saúde, sem contar no problema de confiabilidade dos dados.

Assim surgiu seu primeiro MVP: Foco em Foco

A ideia de seu MVP era simples: os moradores poderiam verificar suas próprias casas através de um checklist. Uma vez que o checklist fosse completado pelo morador, para verificar se havia focos de água parada em sua residência, esse morador ficaria marcado no mapa da cidade.

“No início, as prefeituras achavam bem legal a ideia. Minha primeira fonte de renda neste projeto veio de patrocínio.”

Com o passar dos meses, Peterson concluiu que lidar com patrocínio não é algo escalável. Além disso, entendeu que, apesar de a ideia ser boa, ele ainda não havia descoberto como monetizar.

Um dia, para sua surpresa, ele postou sua ferramenta Foco em Foco em um grupo de Whatsapp, e um conhecido o convidou para almoçar. Esse amigo era dono de várias construtoras de condomínios de luxo, e tinha achado a ideia maravilhosa, entendendo que poderia crescer muito.

“Como posso vincular a imagem de condomínio de luxo com combate à dengue? Quero ser sócio do seu projeto.”

Com essa troca, se deu o almoço do Peterson e seu amigo, terminando em uma transferência de R$ 15 mil reais no mesmo momento.

Monetização do projeto

Ao realizar uma entrevista com um agente endêmico, Peterson teve uma ideia de como monetizar o projeto. Ligou para seu novo sócio, e comentou sobre a recente ideia que surgiu em sua mente. Então, foi até a casa dele com uma apresentação de powerpoint para mostrar como se daria a monetização.

“Quanto você acha que precisa para tirar este projeto do MVP e transformar em um sistema?”

Em alguns dias, Peterson recebeu R$ 150 mil reais para “transformar” seu MVP em um Micro-SaaS.

Primeiro projeto de sucesso para prefeituras: DENVX

Com o produto pronto, Peterson escolheu uma cidade referência como estudo de caso, de graça. A ideia era ter um caso para mostrar às outras cidades.

A estratégia deu certo, e várias pequenas cidades vizinhas começaram a querer usar o aplicativo. Peterson compartilha um “hack” que fez no começo do projeto.

“Descobri que 99% dos e-mails da prefeitura começam com [email protected], por exemplo. Fiz rapidamente um código em javascript que me gerou umas 70 mil combinações de e-mail. Acabei colocando essas combinações em um serviço de e-mail marketing, vendo o que existia ou não, limpei a base e comecei a fazer campanhas com os que recebiam os e-mails.”

Com o tempo, as prefeituras começaram a retornar as mensagens, e Peterson marcava uma demo atrás da outra, online, para mostrar seu software. Assim começou a vender.

“Assistia direto o jornal. Quando via uma notícia que uma cidade estourava em dengue, estava no dia seguinte na prefeitura.”

O desafio de vender para prefeitura é que são vendas demoradas. Algumas vezes, demorava de 6 a 9 meses para concluir uma venda.

Crescimento da DenvX nos primeiros anos

  • 2019: R$ 17.5k~
  • 2020: R$ 40k~
  • 2021: R$ 60k~
  • 2022: R$ 100k~

Até o momento, Peterson teve somente 1 churn. Vender para prefeitura tem essa vantagem – é muito difícil ter churn, porém, as vendas demoram muito.

Conhecendo a comunidade de Micro-SaaS

Certo dia, em 2022, Peterson acabou cruzando com meus artigos no Linkedin, e pulou direto na comunidade.

“A comunidade é muito top. Vi que tinha um monte de gente mais doida que eu. Ali, eu não era o único sonhador.”

Na comunidade, ele acabou tendo várias sacadas, e inclusive lançou novos negócios, fechou parcerias, vendeu serviços e construiu vários novos projetos.

Micro-SaaS que lançou na comunidade

ChatZapGPT: ChatGPT no Whatsapp (2023)

  • Fez esse projeto em parceria com o Diego Castro
  • Data de lançamento: 20/03/2023
  • Data do último relatório: 01/04/2023
  • Clientes: +4000 clientes
  • Mensagens: 85 mil
  • Média: 22 mensagens por usuário

Plataforma Voob: Conteúdo excluviso para assinantes em suas próprias plataformas de vídeo.

E seu mais recente lançamento:

AIFUSION
Concentra todas as inteligências artificias em uma única assinatura

Já imaginou ter todas as IAs do mercado em uma única assinatura? aifusionapp.com #ChatGPT #dalle

Conhecer o projeto

“A comunidade privada mudou completamente o jogo”

Durante os meses em que tem participado da comunidade, desde que ingressou, Peterson cresceu bastante, e foi um dos primeiros 5 assinantes no lançamento da comunidade privada, em Janeiro de 2023.

“Na comunidade aberta, tem muita gente com menos experiência. Muitos curiosos. Eu notei que no grupo privado, quando as pessoas pagam para estar lá, tem um filtro muito grande de pessoas mais experientes e dedicadas aos assuntos, tornando as conversas mais profundas e ricas.”

Ao participar da comunidade, o programador aprendeu muitas novas habilidades – desde vendas, validação de projetos de forma mais rápida e, inclusive, pôde fazer vários amigos que o ajudaram a testar seus projetos (e até deram depoimentos, rs).


E você, está decidido a montar um Micro-SaaS, também? Entre na comunidade privada e acelere esse processo com pessoas que estão lançando projetos todos os dias.

Comunidade Micro-SaaS

Próximo passos

AI é o futuro, e o principal foco do Peterson agora.

“Vivemos várias ondas nos últimos anos. Crypto. NFT… era muito útil, uma tecnologia incrível, mas não é possível de se aplicar tanto no dia a dia para as massas.”

Atualmente, Peterson está mais estabilizado em seu trabalho, e seus projetos começaram a render bons retornos. Além disso, ele está ajudando os membros da comunidade e, sempre que pode, construindo novos projetos em parcerias.

Que conselhos Peterson dá para quem está montando seu primeiro projeto?

  • Participe da comunidade privada. Lance seu Micro-SaaS e entre;
  • Recomenda ler o livro Tração. Esse livro muda vida e ajuda as pessoas a ter mais clareza a respeito de por onde começar;
  • Para empreender, não se pode ter vergonha de vender;
  • Todos os dias, você precisa dar cara a tapa;
  • Terceirize coisas que não são core.

O que Peterson faria diferente se pudesse mudar alguma coisa?

  • Focaria mais rápido em uma tecnologia só (seja no-code, ou uma linguagem específica), e se especializaria nela;
  • Todo projeto precisa de um tempo depois do lançamento para amadurecer (exceto AI, que está no hype). Nenhum projeto pega da noite para o dia. O DenvX demorou 4 anos para chegar onde está.

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