Como transformar um infoproduto em negócio de Micro-SaaS? Conheça o caso de Alif Ferreira.
Bruno Okamoto
16 Min de leitura
Estudo de caso: como Alif Ferreira transformou infoproduto em Micro-SaaS

Transformando infoproduto em Micro-SaaS: o caso de Alif Ferreira

O artigo de hoje traz um estudo de caso da nossa comunidade, super bacana e inspirador.

As principais lições

1. Empreender não é fácil. É preciso estar preparado para os desafios que surgirão no caminho;

2. É importante estar aberto a mudanças e a experimentar novas áreas de atuação, como Alif fez ao migrar de produtora para agência de marketing e, posteriormente, para o mundo de infoprodutos e desenvolvimento no-code;

3. É fundamental entender o seu público e a dor que ele enfrenta, buscando soluções criativas para atender às suas necessidades.

4. Ter um foco em vendas desde o início do negócio é essencial para garantir a sua sustentabilidade e sucesso a longo prazo.

5. A cultura da empresa é fundamental para garantir o sucesso do negócio, e é importante investir em uma boa gestão de equipe e em uma cultura voltada para o comercial.

Quem é Alif Ferreira

Alif é um empreendedor nato, que desde os 21 anos decidiu abandonar a CLT e seguir sua carreira como empreendedor solo.

Com técnico em eletrotécnica, Alif, fez este curso técnico e depois acabou fazendo gradução em Física na Universidade Federal do Espírito Santo.

“Gostava de estudar e sou muito curioso. Gosto muito de entender o funcionamento das coisas e do planeta”.

Na época, Alif tinha muitos desafios em equilibrar o seu trabalho CLT (que já havia passado por 4 empresas até então) com seu novo momento acadêmico.

“Eu preciso de alguma coisa para ter mais liberdade de tempo melhor. Vou empreender”.

Primeiro ponto de inflexão

Seu pai foi seu primeiro investidor. Com seu cartão de crédito, Alif comprou sua primeira câmera e mergulhou no mundo de audiovisual, especificamente em produção de vídeo.

Sua ideia? Trabalhar mais nos finais de semana, como casamentos, eventos, etc para ganhar uma renda o suficiente para sustentar o resto da semana.

“Fins de semana eu filmo os eventos e durante a semana eu tenho tempo livre para os estudos”.

Convidou um amigo de infância para trabalhar e mergulharam de cabeça. Mas a a vida, como nunca é simples, acabou mostrando para o Alif que empreendedor não era tão fácil assim. Na verdade, empreender é o oposto de ter liberdade de tempo.

O desafio para Alif é que ele não tinha a menor experiência ou ideia se quer, dos desafios e da dificuldade que o esperava.

“Cometi um erro grotesco. Achei que ter trabalhado 4 anos em um escritório, seria fácil. Acabei errando demais”.

Apesar dos erros, com o tempo, Alif mesmo batendo muito a cabeça acabou crescendo seu negócio e até o levou a sair de sua faculdade.

Durante a jornada, os erros eram tantos (e uma jornada solitária), que Alif acabou se isolando e se fechando para o resto do mundo, até que um dia caiu a ficha e o Alif decidiu dar uma nova reviravolta na sua vida.

Começou a estudar marketing. Queria fazer uma transição de trabalhar com filmagem e produção para outra área. Uma área que desse para ele ter mais “paz” e não trabalhar mais tanto como ele fazia com audiovisual.

“Paguei o preço por errar. O preço foi minha saúde mental. Já tinha largado a faculdade e a vida tava super difícil. Muita crise de ansidade”.

E assim, Alif mergulhou em vários cursos e começou a dedicar grande parte do seu tempo em estudar marketing e trafego pago. A vantagem é que Alif além de ter uma visão mais abrangente sobre negócios, também já tinha conhecido algumas pessoas no caminho que poderia oferecer seu serviço.

Primeiro cliente

Alif conhecia um empreendedor, dono de construtora, um empreendedor conhecido em Espírito Santo. Um dia, na cara e na coragem resolveu bater na porta dele para vender suas novas habilidades em marketing.

“Ele me recebeu achando que eu queria ser cliente dele, mas sai do bate papo com meu primeiro cliente”.

De 1 em 1 cliente, Alif foi crescendo sua pequena agência de marketing e aos poucos fazendo a migração da sua produtora para uma agência de prestação de serviços de marketing e redes sociais.

Com bastante dedicação, Alif acabou ganhando a confiança do seus clientes, em especial o seu primeiro cliente, e acabou tendo várias portas abertas. Isso o ajudou bastante a entrar em novos mundos, principalmente o de infoprodutores.

Segundo ponto de inflexão

Depois de 3 anos estudando marketing, mergulhando em cursos e crescendo sua agência, Alif decidiu dar mais um passo em sua carreira.

“Cheguei em um ponto da minha carreira que entendi que precisava construir um negócio que não dependesse de mim, ou da quantidade de horas que eu preciso dispor”.

Mentalidade do Equity

Alif resolveu mergulhar de cabeça no mundo do infoproduto. Comprou cursos e passou uns bons meses estudando sobre este mundo. Desde fórmulas de lançamento até gestão de tráfego pago.

“Um módulo que gostei muito foi o de automação de vendas. Quando percebi que os infoprodutores faziam vendas de milhares de reais em produtos de ticket baixo, me toquei que existia um trabalho pesado de automação por trás e isso me deixou muito curioso para saber como funcionava.”

Foi então que Alif decidiu “nichar” seus aprendizados e se focar mais em processos de automação e tráfego pago.

Em paralelo, Alif ia aplicando sua experiência com seu sócio em vários infoprodutos. Artes prontas, ebooks infantis, produtos cristãos, e assim por diante. Foram centenas de testes com produtos e nichos diferentes.

“Até ebook de receita de airfryer a gente fez..”

Vendas transacionais vs recorrentes

O desafio de vender infoproduto era sempre a falta de previsibilidade.

Alif tinha descoberto já como ganhar dinheiro na internet e cada dia que passava, se tornava mais experiente em construir e vender produtos digitais.

“O desafio é que nunca sabíamos quando iriam acabar as vendas. Não tem como ter previsibilidade com infoproduto. Nem os melhores produtos. Isso incomodava muito.”

Alif, tinha então superado a equação do homem vs hora vendendo serviço para vender produtos e escalar suas receitas, mas encontrou outro desafio em sua jornada que o fez repensar novamente em qual caminho seguir.

“Quando comecei a produtora, nunca teria imaginado que estaria trabalhando com infoproduto e marketing.”

A virada não planejada

Em 2022, um dos infoprodutos de Alif era um Kit de design católico. Nada mais era do que algumas artes feitas para os voluntários que administravam as redes sociais de igrejas católicas, pudessem compartilhar elas prontas.

“O desafio é que o material estava muito complexo. A experiência do usuário era horrível. Era um MVP que dava muita vergonha de mostrar”.

O volume de pessoas que compravam o kit todo mês só aumentava, e os feedbacks reclamando da experiência também. Mas esses feedbacks funcionaram como um combustível que trouxeram novas ideias para Alif.

Uma dessas ideias era transformar o Kit em uma área de membros, para as pessoas criarem uma conta e filtrarem melhor os produtos de forma organizada e depois fazer download dos arquivos finais.

As pessoas compravam os kits mas davam vários feedbacks reclamando. Foi então ,que Alif teve uma ideia de transformar o kit em uma área de membros, para as pessoas logarem e filtrarem melhor os produtos de forma organizada, para os clientes baixar os arquivos e tals.

“Fiz um orçamento na época com um desenvolvedor para montar essa área de membros e me assuntei: R$ 50 mil reais”. 

Foi então que o Alif decidiu comprar o curso de Bubble e estudar ele mesmo como montar seu produto.

De infoprodutor para desenvolvedor no-code

“Eu mesmo vou fazer esse sistema.”

Alif mergulhou no curso e começou a estudar dia e noite, como fez com todos outros assuntos que se interessava. No decorrer do curso, Alif se apaixonou pelas possibilidades que dava para fazer com seu Kit.

“Minha cabeça explodiu. Entendi que poderia ter recorrência e previsibilidade”.

Nesse momento então, Alif decidiu convidar um outro amigo e começar do zero uma nova empresa. Uma empresa de Software.

“Cara, você aprende bubble, e eu me foco em marketing e vendas. Topa?”

Juntos decidiram então transformar o kit de design católico em um produto de recorrência através de software. Alif já conhecia a dor dos clientes e já tinha uma lista de leads qualificados.

Primeiro Micro-SaaS: Vox APP

VoxApp é uma plataforma voltada exclusivamente para comunicadores católicos.

O VoxAPP era a área de membros do seu Kit católico, só que feita em Bubble, organizada, e automatizada. O público alvo? Voluntários da igreja católica.

“São voluntários que trabalham a serviço da igreja católico dentro das mídias sociais. Trabalha com divulgações, eventos, redes sociais, etc. “

A ideia do VoxAPP é oferecer diversos materiais e treinamentos prontos para ajudar nessa comunicação desses voluntários.

“O nicho do nicho do nicho. Foi esse um dos principais motivos que me interesse pela comunidade Micro-SaaS. Pelo poder do nicho”

Como já tinha a base de compradores do Kit, ficou fácil de conseguir seus primeiros clientes. Para ser mais preciso eram 3.200 usuários que tinham comprado o kit.

Alif, fez uma oferta para essa base exclusivamente com um valor menor, usando suas estratégias de lançamento que havia aprendido trabalhando com infoproduto.

“Criei uma automação no Whatsapp e sai mandando mensagens para as pessoas e as convidando para um grupo do Whatsapp para fazer o lançamento. No total foram 700 pessoas que entraram no grupo e compraram nosso produto.”

“De 3.200 clientes transacionais, 700 viraram recorrente. Bacana né?”

No primeiro mês de lançamento seu MRR já atingiu R$ 48k. Depois do hype, a a demanda foi equalizando e estabilizou entre R$ 20 e R$ 30k MRR.

Entendendo o gargalo

Durante o crescimento do seu Micro-SaaS, Alif começou a ter muita taxa de reembolso (um desafio clássico de quem vende para B2C). Foi então que ele percebeu que as pessoas estavam se perdendo no produto, e resolveu investir em melhorar seu onboarding – falo bastante sobre isso neste artigo abaixo.

“Chegou até 10% de reembolso em um mês. Isso nos assustou demais”.

Então Alif implementou uma ferramenta de onboarding via whatsapp. O cliente comprava e recebia o acesso e todas informações por lá, com vídeos e um passo a passo em todas etapas.

“A taxa de reembolso caiu drasticamente. No pior mês foi 2%”.

Lição aprendida. Gargalo resolvido.

Retenção

Alif e seu time agora estão investindo um bom tempo em pesquisas as dores dos seus clientes, e descobriram uma oportunidade de fazer isso: montar uma área para as pessoas compartilharem suas artes com outros membros, gerando mais valor para o usuário.

“Agora estamos em uma fase de melhoria do produto e tentando acompanhar as tendências de mercado nestas áreas de materiais para se inspirar e deixar nosso sistema mais parrudo.

Segundo Micro-SaaS: Arco

Alif tem um amigo que trabalha em um escritório de arquitetura. Um dia, saíram juntos e esse amigo comentou de um sistema que usava em seu escritório que a base era a famosa planilha de excel, e todo processo era manual.

“Meu amigo gerencia o escritório há 10 anos e sempre fez tudo na mão”.

O dono do escritório já tinha feito orçamentos para resolver os problemas, mas os orçamentos todos beiravam mais de R$ 100 mil.

“Pera ai, em no-code da para fazer isso rapidinho e barato.”

Agora, estão testando com o escritório e logo em seguida vão abrir para as vendas. Famoso “Scratch your own itch”.

Próximos passos da jornada do Alif

Alif hoje tem um time de 7 pessoas trabalhando juntos. O desafio agora é amadurecer a estrutura, a companhia. Criar esse ritmo de vendas e manter ele como parte da cultura do seu negócio.

Alif Ferreira (ultimo da direita) e sua equipe

“Sempre tive muito a veia de produto. Agora quero ter a veia do comercial. Agora vou cair em cima disso em 2023. Não quero depender de plataformas ou de trafego pago toda hora para vender”.

Conselhos que Alif deixa para a comunidade

– Buscar a primeira venda. Esse é o gás de tudo.

– Ter um pensando bastante voltado para vendas. A galera tem muito feeling de produto e pouco de venda. Se conseguirem equalizar isso desde o início, maior parte dos problemas se resolverão.

– O trabalho de vendas é muito mais importante do que o desenvolvimento do produto ou da ideia. O produto não vem em primeiro lugar.

– O que mantém um negócio girando é uma gestão do fluxo de vendas.

Colocar uma foto do Alif no estudo de caso da comunidade privada.

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