Conheça meu sistema de conteúdo como empreendedor digital em 2024, Quase 2 anos de aprendizados escalando 5 redes sociais.
Bruno Okamoto
17 Min de leitura

Meu sistema de produção de conteúdo como empreendedor digital em 2024

Uma pergunta que eu recebo continuamente do pessoal que acompanha meu trabalho mais de perto é como eu consigo organizar tantas coisas ao mesmo tempo.

Atualmente, estou trabalhando em 10 projetos simultaneamente, além da produção de conteúdo. Esses projetos têm as mais variadas complexidades, como, por exemplo, estou validando meu 4º Micro-SaaS (uma extensão para creators de Linkedin), estou montando um fundo de investimento, ou estou criando Workshops “mão na massa” para vocês.

O meu maior desafio na produção de conteúdo no meio de tantos projetos é ter a capacidade analítica de entender o que está acontecendo e descobrir como transformar essas experiências em conteúdo que gere valor para vocês.

Além disso, também é desafiador estruturar tudo isso dentro de um storytelling que ofereça uma experiência bacana para quem lê este artigo por email.

Todos esses projetos e aprendizados começaram com uma pergunta: Porquê?

O porquê: Por que produzir conteúdo

Em abril de 2022, escrevi meu primeiro artigo.

A nova economia do Micro-SaaS em 2022

A nova economia do Micro-SaaS em 2022

Cara, como foi difícil escrever o primeiro artigo.

Fiquei dias e dias revisando… pedi feedbacks para minha esposa, irmão, amigos, etc.

“Vão achar uma porcaria meu conteúdo. Que vergonha!”

E no dia que postei, para ter ideia, eu soltei o artigo e sai correndo do computador. Só parei para ver as interações no dia seguinte.

Comecei a produzir conteúdo com a intenção de trazer uma visão sobre um conceito incrível que quase ninguém conhecia no Brasil, chamado Micro-SaaS.

Decidi nomear essa newsletter de “Nova economia do Micro-SaaS”, e trouxe uma explicação do porquê eu acreditava/acredito que muitos fundadores de Startup buscariam/buscarão o caminho do Micro-SaaS e o lifestyle business.

Eu nunca tinha produzido conteúdo na minha vida, portanto, essa foi minha primeira experiência. E, para ser sincero, nunca pesquisei por palavras-chave ou usei sistemas de marketing para SEO.

Me apaixonei pela experiência de escrever, a habilidade de transcrever experiências e ideias em palavras que cativam e ensinam. Principalmente, sobre um tema que eu sou completamente apaixonado: empreendedorismo.

Produzir conteúdo é uma arte.

Todos os meus artigos foram escritos do fundo do coração, com temas sobre os quais eu gostaria de ler. Cada artigo foi trabalhado como por um pequeno artesão que busca a excelência milimétrica em cada etapa do processo.

Depois de alguns meses produzindo conteúdo, descobri quem era o público-alvo que consumia meu conteúdo. Eu achava que seriam fundadores de Startups, mas, no fim das contas, descobri que eles só representam 5% do meu público atual.

O início da jornada e o público-alvo

Os primeiros meses são sempre os mais difíceis…

Passei meses compartilhando a newsletter e cada um dos artigos publicados em vários grupos do Facebook, Tabnews, Linkedin e outros canais.

Em paralelo, montei um grupo no Telegram que carinhosamente apelidei de Comunidade de Micro-SaaS. Minha intenção era criar um grupo de empreendedores para discutir e compartilhar experiências dentro do tema (e entender melhor esse perfil de empreendedor).

Entrevistei mais de 100 pessoas ao longo dos primeiros 4 meses que foram entrando na Comunidade e da minha newsletter – inclusive, foi quando atingi meus primeiros 1.000 assinantes. Foram dezenas de entrevistas para entender melhor quem lia meu conteúdo e suas expectativas.

Dinheiro separa os evangelistas da audiência.

Outra coisa que eu fiz “bem” desde o primeiro momento foi criar uma assinatura, mas, não de conteúdo pago, mais como um canal de doação. A minha visão é e sempre foi simples: quem paga é porque vê valor.

Dessa forma, consegui revalidar mais ainda meu público-alvo e entender o que estão buscando, qual seu nível de conhecimento sobre o assunto, suas principais dúvidas, anseios, expectativas e assim por diante.

Hoje minhas pesquisas já passaram de +5.000 respostas sobre meu ICP. Descubra como fazer a sua desde cedo.

Depois de alguns meses, decidi expandir minha produção de conteúdo para outras redes sociais por um simples motivo: alcance.

Desafio de criar um mercado

Isso porque, no fim do dia, por ser um tema pouco explorado no Brasil e com poucas buscas no Google, para eu atingir mais pessoas eu precisaria ser visto – e nem todos que leem tem o hábito de ler newsletter.

E assim fui montando 3 novas redes sociais: YouTube, Instagram e TikTok.

Comentários do meu 1º vídeo do YouTube 🙂

Inclusive, obrigado Renato Asse pelo empurrão que eu estava precisando.

P.S.: para fins de curiosidade, a palavra Micro-SaaS tem menos de 1.000 buscas por mês. Mesmo com vários conteúdos na primeira página, o caminho é lento.

Meu framework

Sinceramente, achei que seria mais difícil escalar o conteúdo em tantas redes sociais ao mesmo tempo. O desafio é que cada rede social tem um comportamento diferente, ou seja, seu algoritmo prioriza determinadas ações.

Por exemplo, no Instagram você tem 3 algoritmos principais: feed, storys e reels. Já no Linkedin, você só tem o feed.

Cada um se comporta de uma maneira, e cada um tem um público diferente, que engaja de forma diferente. Entender isso demanda tempo.

Por isso, desenvolvi um sistema muito simples de conteúdo para tentar aprender como cada rede se comporta.

Rede social e mês de início.

P.S.²: o Linkedin tem se mostrado um enorme potencial.

Meu processo de criação de conteúdo 💡

Meu sistema de forma simplificada: segunda-feira = conteúdo.

Período da manhã: 0 reuniões com foco total em escrever o artigo.

Período da tarde: 0 reuniões com foco total em gravar um vídeo.

O período da manhã é reservado para escrever minha edição (ou começar, pelo menos). Para escrever os artigos, demoro em torno de 2 a 5 horas por peça. Sem contar que, antes de postar, às terças-feiras, eu reviso mais um par de vezes.

O conteúdo principal

Esses artigos são a fundação dos meus conteúdos. Pode parecer bastante tempo tirar um dia inteiro para escrever um artigo, mas qualidade toma tempo.

Eu dedico bastante energia para escrever, não somente porque eu curto muito fazer artigos mais profundos, mas, também, porque eu replico essa profundidade em outras redes, para diferentes públicos.

Já no período da tarde, eu sento para gravar um vídeo para o YouTube. Como eu comecei meu canal depois de ter +60 artigos escritos, tenho, literalmente, uma base gigante de roteiros que posso usar para gravar. Então, escolho os artigos mais lidos e gravo vídeos a partir deles. Algumas vezes, contudo, me dá na telha e gravo um vídeo espontâneo. Depois de gravar, envio para meu editor.

Ideias e brainstorm 🧠

Comumente, dedico uma quantidade relevante de tempo com os membros da minha Comunidade. Isso significa que estou sempre vendo os projetos, ajudando ativamente os membros, e entendendo suas dúvidas, dores e decisões do dia a dia.

Isso me traz uma bagagem infinita de produção de conteúdo. O desafio é saber qual dessas milhares de ideias faz mais sentido.

Dito isso, o que eu costumo fazer é jogar todas as minhas ideias de conteúdo em um bloco de notas (no caso, utilizo o Google Keep).

Print do meu keep.

Deixo o conteúdo amadurecer

Durante a semana, fico matutando sobre a estrutura e, volta e meia, entro no keep e vou jogando algumas ideias de tema, como na foto acima. O processo é bem simples, e quando sento para escrever o artigo já tenho um norte.

Distribuição 📢

Revisão

Uma vez que eu termino o artigo, passo para minha revisora (valeu gabi) que, normalmente, na terça cedinho, dá um tapa na ortografia e concordância dos meus textos.

Assim, inicio o processo de distribuição.

Uma vez que o artigo é postado, a própria Gabriela (revisora) envia para mim em bulletpoints um “template” resumido do meu artigo, para eu transformar em um carrossel para o Instagram.

Agenda 📆

👉🏽 Nas terças-feiras, solto os artigos na newsletter.

👉🏽 Entre terça e quinta-feira, solto o mesmo artigo na newsletter do Linkedin, e o carrossel no Instagram.

Ambas as redes sociais, somadas, têm 11 mil inscritos, com open rate médio de 38%. A news do Linkedin cresce mais lentamente, e esse sistema de newsletter é um pouco fraco.

👉🏽 Na quinta-feira, eu solto o vídeo no YouTube e subo dentro da ferramenta Opus, que faz vários cortes do vídeo, os quais guardo no banco de vídeos e uso no Instagram e no Tiktok.

Recortes dos meus vídeos no Instagram.

Impacto e métricas 📊

Fiz um levantamento do impacto dos meus conteúdos dos últimos 90 dias.

  • Minha audiência está segmentada mais ou menos assim:
    • YouTube: 8.500 inscritos;
    • Instagram: 7.100 seguidores;
    • Newsletter (Linkedin+Substack): 11.000 assinantes;
    • X: 800 seguidores;
    • TikTok: irrelevante (menos de 1k);
    • Total: 27.400 pessoas~ aprox
  • As impressões das minhas redes sociais nos últimos 90 dias somaram 1.9 milhões 🤯 …
  • Meu engajamento médio na newsletter é de 8%, enquanto no YouTube é de 37%, aproximadamente.
  • Em média, foram 5.500 horas de visualização dos meus vídeos.

Para fins de curiosidade: quanto eu estou ganhando por mês no YouTube.

Nada mal para um amador no mundo do conteúdo, não é?

Equipe e custos

Gente, calma aí! Não faço tudo sozinho. Como eu disse, eu tenho 10 projetos em que participo neste momento, ou seja, meu tempo é contado. Além disso, eu só trabalho das 9h30 às 17h30, porque preciso levar e buscar meu filho na escola, além dos compromissos pessoais diários que tenho.

Por isso, eu tenho uma equipe de freelas que me ajudam demais. Chamo essa estrutura de CSC (centro de serviço compartilhado). Alguns investimentos que faço e seus respectivos valores:

Custos diretos à produção e distribuição
Edição de vídeo: R$ 600 por mês (R$ 150 por vídeo);
Social Midia: R$ 1.503 por mês;
Revisão de artigos: R$ 320 por mês (aproximado);
Copywritter para Linkedin (4 posts/mês): R$ 250 por mês.

Total aproximado: R$ 2.670 por mês.

Em média, eu invisto em torno de R$ 8 a 10 mil reais por mês para manter minha estrutura de “solopreneur” rodando, entre fornecedores, assinaturas de serviços e outras coisas. Eis alguns outros exemplos de investimentos:

Secretária: R$ 600 por mês por 10 horas de trabalho (me ajuda com backoffice como emissão de NFs, organização de eventos, viagens, médicos, etc.;
Planejamento financeiro: R$ 500 por mês (ajuda no planejado vs realizado, e no planejamento do caixa);
Apoio com a Comunidade de Micro-SaaS: R$ 1.497 por mês;
Marketing para meus negócios (mão de obra): R$ 2.800 por mês + Ads.

E, vários outros custos transacionais, como landingpages, ferramentas, equipamentos, etc. Escalar nunca é barato, mesmo sendo enxuto..

Conteúdo longo vs curto 🎥

Uma coisa que aprendi sobre produzir conteúdos densos e longos e conteúdos curtos para o Instagram é que o longo sempre vence.

No fim do dia, o curto serve muito mais para você atrair a atenção da pessoa para um tema específico, para que, em seguida, ela comece a explorar o perfil e seus conteúdos, e vá aprofundando.

Para meu caso que consiste na construção de um mercado inexistente, é inevitável que os conteúdos passem informações sólidas e com storytelling.

O lado negativo disso é que as pessoas têm pouca capacidade de prestar atenção na mesma coisa por muito tempo. A vida é corrida, então, vídeos de 25 minutos ou artigos longos como este precisam ser parcelados em 2-3 vezes e, muitas vezes, as pessoas deixam de consumir o conteúdo inteiro.

De qualquer forma, eu sigo o mesmo processo até hoje: crio meus conteúdos como se fossem para mim. Gosto de conteúdo rico, com detalhes e que tenham uma fundação intelectual sólida.

Então, se você está entrando neste mundo, você pode crescer bem rápido sua audiência com conteúdo curto, mas, lembre-se, a autoridade e o engajamento vêm dos conteúdos longos.

Frequência 🧑🏽‍💻

  • YouTube: 1 vídeo por semana, e vou começar a postar 1 short por semana;
  • Instagram: 1 post por dia + storys;
  • Linkedin: 2 posts por semana;
  • Newsletter: 1 artigo por semana.

E sim, eu acredito que quanto maior for a frequência, maior será a velocidade de crescimento, mas não creio conseguir aumentar meu ritmo, e não vejo necessidade tampouco. Outra coisa que eu notei é que coprodução ajuda demais a escalar audiência, também.

Por isso, não esqueça de fazer networking com outros criadores de conteúdo, compartilhando experiências e conteúdos juntos.

Quais conselhos eu daria a mim mesmo se fosse começar novamente?

  1. Faça e alimente um perfil na rede social de forma muito bem feita até você dominá-la;
  2. Não faça nada com perfeição, apenas comece. O segredo é a constância;
  3. Invista 99% do tempo dos primeiros meses entrevistando seu público-alvo para entender melhor o formato do seu conteúdo;
  4. Busque monetizar seu conteúdo desde o primeiro dia. Isso incentiva no longo prazo e também ajuda a se aproximar dos seus evangelistas;
  5. Faça conteúdos que ajudem as pessoas ir do ponto A ao ponto B. Não faça mais do mesmo, seja único. Seja sincero. Seja transparente. As pessoas estão cansadas de ver promessas.
  6. Só faça uma Comunidade se você tiver tempo para administrá-la. Construir um ambiente e levar as pessoas é fácil, o segredo está no engajamento.
  7. Escalar uma estrutura toma tempo, não dê um passo maior do que a perna.
  8. Você vai cometer erros e eles vão custar dinheiro. Minimize os erros apostando menos e com o risco controlado.
  9. Você vai demorar mais de 1 ano produzindo conteúdo para começar a aprender alguma coisa, principalmente seu tom e ritmo.
  10. Escolha um tema que você ame muito, porque é o que você vai viver na pele nos próximos anos da sua vida.

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